Disse o Direito à Justiça: -- Senhora, teu nome bem diz: Justiça, não macule, portanto, tua nobre ascendência, atropelando, promovendo injustiça , algo que vez ou outra , é prática comum , nos tribunais do Brasil e mundo afora.
Falar em Justiça, seria, ter a consciência do abrangente, em sentido lato, a todos alcançando: ricos e pobres, negros e brancos, índios e todas as raças indistintamente. Pura ilusão tal crença para quem sonha uma Justiça para todos , porque o que acontece, na prática, é que infelizmente a Justiça é apanágio de quem pode pagar a bons e caríssimos advogados para livrar-se das malhas prisionais e dos complicados processos judiciais.
Eu, senhora, o Direito, sou justo, a quem busca o caminho correto. Sou reagente, às vezes criativo, mas me atento aos fatos, buscando provas, procurando caminhos de defesa a meus clientes.
Pode faltar justiça, como de fato muitas vezes falta. Mas eu, o Direito, não devo nunca faltar a ninguém. Nunca a quem precisa, direito nego, até porque, todo cidadão é sujeito de direitos e deveres, razão não me falta, para pôr à disposição meus préstimos.
Nada me faz retroceder , mesmo ante a mais árdua batalha jurídica. Hei de defender , sempre, meus princípios -- e onde quer que exista injustiça , estarei presente.
Você, injustiçado, desvalido da lei, pode se aproximar, irei defendê-lo .
Eu, o Direito, não me dobro, à custa de injustiça, estarei, sempre, à disposição para defender o injustiçado, ou mesmo o culpado, pois todos têm direito à assistência jurídica e presunção de inocência. Estou pronto, pois, a oferecer serviço. Faz tua parte, Senhora Justiça.
Se a mim, alguém recorre, e de pronto observo que não dorme, pois o Direito não socorre a quem dorme". Logo o socorro.
A Justiça, a si própria basta, não deve se limitar a voz alguma ouvir, que não seja, a própria voz sua, não deve se dobrar a pressões quais sejam, do burburinho das ruas que no seu colo cai, vez ou outra, por ter o dever , de se afastar , do que não é condizente com a lei.
De resto, me presto, a ser o que sempre fui: o Direito na essência mais pura do Direito, que em síntese é, prestar irrestrito apoio a quem de mim precisar , sem ser tartaruga, ou muito apressado.
E tu, Justiça, às vezes surda, às vezes cega, às vezes muda, inda assim, se ortoga guardiã da lei, sem fazer justiça -- servindo o mais das vezes, a condenar, prender inocentes, à revelia das provas.
Quando humanizo o cidadão , titular de direitos e deveres , prestando-lhe assistência jurídica, tu, Senhora, o desumanizas, como se fosse ele , inimigo do Estado, a quem é voltado todo o aparato judicial em perseguição: negando-lhe todos os direitos personalíssimos e sociais que a Constituição lhe garante e , em determinados desideratos judiciais quando não apresentas provas, mesmo assim, ao revés, ao réu, condenas, e qual lebre, corres, a atropelar prazos recursais para chegares ao resultado desejado.
Eu, o Direito, a pressão qualquer que seja, não estou sujeito. Sou reto, se for a Justiça reta; sou correto, se decerto, te ajustares à observância da correta aplicação da Justiça: isenta e imparcial!
JUCKLIN CELESTINO FILHO
AGENTE DE TRIBUTOS
ESCRITOR
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